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Pneumonia a Principal Causa de Morte Infantil

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De Sean Buchanan

NOVA IORQUE (IDN) – A pneumonia, uma doença completamente evitável, provocou a morte de 800 000 crianças – ou uma criança a cada 39 segundos – com menos de cinco anos no ano passado, mas o financiamento para melhorar as taxas de sobrevivência continua em atraso, de acordo com uma nova análise.

A maioria das mortes ocorreu entre crianças com menos de dois anos, e quase 153 000 no primeiro mês de vida, diz uma análise do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) realizada em setembro de 2019, com base em estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Maternal and Child Epidemiology Estimation Group (Grupo de Estimativa de Epidemiologia da Criança e Materna (MCEE) e o United Nations Inter-agency Group for Child Mortality Estimation (Grupo Interinstitucional das Nações Unidas para a Estimativa da Mortalidade Infantil).

Dando o sinal de alarme para esta epidemia esquecida, seis principais organizações de crianças e saúde – a ISGlobal, Save the Children, UNICEF, Every Breath Counts, Unitaid e Gavi, a Vaccine Alliance – lançaram em 12 de novembro um apelo à ação global.

Apelando a compromissos concretos dos países altamente afetados e doadores internacionais para combaterem a pneumonia, o grupo – juntamente com a Fundação “la Caixa”, a Fundação Bill e Melinda Gates e a USAID – realizará o Fórum Global sobre Pneumonia Infantil em Espanha, de 29 a 31 de janeiro de 2020.

Henrietta Fore, Diretora Executiva da UNICEF, afirmou: “Todos os dias, perto de 2200 crianças com menos de cinco anos morrem de pneumonia, uma doença curável e, sobretudo, evitável. Para combater esta doença são essenciais um forte compromisso global e um aumento dos investimentos. Unicamente através de intervenções de proteção, preventivas e de tratamento de baixo custo, entregues onde as crianças estão, poderemos verdadeiramente salvar milhões de vidas.”

A pneumonia é causada por bactérias, vírus ou fungos e deixa as crianças a lutarem com dificuldades de respiração ao mesmo tempo que os seus pulmões se enchem de pus e líquidos.

Em 2018 morreram mais crianças com menos de cinco anos desta doença do que de qualquer outra. 437 000 crianças com menos de cinco anos morreram devido à diarreia e 272 000 à malária.

Kevin Watkins, Diretor Executivo da Save the Children, afirmou: “Esta é uma epidemia global esquecida que exige uma urgente resposta internacional. Milhões de crianças estão a morrer por falta de vacinas, antibióticos acessíveis e tratamento de oxigénio de rotina. A crise da pneumonia é um sintoma de negligência e desigualdades indefensáveis no acesso aos cuidados de saúde.”

Apenas cinco países foram responsáveis por mais de metade das mortes por pneumonia infantil: Nigéria (162 000), Índia (127 000), Paquistão (58 000), a República Democrática do Congo (40 000) e a Etiópia (32 000).

As crianças com o sistema imunitário enfraquecido por outras infeções, como o HIV ou a desnutrição, e as que vivem em áreas com altos níveis de poluição atmosférica e água insalubre, correm de longe um risco muito maior.

A doença pode ser evitada com vacinas e facilmente tratada com antibióticos de baixo custo, se for devidamente diagnosticada.

Mas dezenas de milhões de crianças continuam a não estar vacinadas – e uma em cada três com os sintomas não recebe os cuidados médicos essenciais.

Em 2018, 71 milhões de crianças não receberam as três doses recomendadas de vacina pneumocócica conjugada (PCV), colocando-as em maior risco de pneumonia. Globalmente, 32% das crianças com suspeita de pneumonia não são levadas a uma instituição de saúde. Esse número sobe para 40% para as crianças mais pobres nos países de baixo e médio rendimento.

As crianças com casos graves de pneumonia também podem necessitar de tratamento com oxigénio, que raramente se encontra disponível nos países mais pobres para as crianças que necessitarem dele.

O Dr. Seth Berkley, Presidente Executivo da Gavi, a Vaccine Alliance, disse: “O facto desta doença evitável, tratável e facilmente diagnosticada ser ainda a maior causa de morte de crianças pequenas do mundo é francamente chocante. Temos feito sólidos progressos ao longo da última década, com milhões de crianças dos países mais pobres do mundo que estão agora a receber a vacina pneumocócica que salva vidas. Em grade parte graças ao apoio da Gavi, a cobertura da vacina pneumocócica nos países de baixo rendimento é, neste momento, superior à média global, mas ainda temos trabalho a fazer para assegurar que todas as crianças tenham acesso a este salva-vidas.”

O financiamento disponível para combater a pneumonia fica muito atrás do de outras doenças. Apenas três por cento dos gastos atuais com pesquisas em doenças infeciosas globais são alocados à pneumonia, apesar de a doença causar 15 por cento das mortes em crianças menores de cinco anos.

De acordo com Leith Greenslade, coordenador da Every Breath Counts, “o principal causador da morte de crianças tem sido há décadas uma doença negligenciada e as crianças mais vulneráveis do mundo pagaram o preço. Chegou a hora dos governos, agências da ONU e multilaterais, empresas e ONG unirem forças para combaterem a pneumonia e protegerem estas crianças.”

Num apelo para a ação conjunta, as organizações instam os governos dos países mais afetados a desenvolverem e implementarem Estratégias de Controlo da Pneumonia para reduzir as mortes por pneumonia infantil; e a melhorarem o acesso aos cuidados de saúde primários como parte de uma estratégia mais ampla de cobertura universal da saúde.

Eles também apelam aos países mais ricos, doadores internacionais e empresas do setor privado que aumentem a cobertura da imunização, reduzindo o custo das principais vacinas e garantindo a reposição bem-sucedida da Gavi, a Vaccine Alliance, além de aumentarem o financiamento para a pesquisa e inovação com vista a combater a doença. [IDN-InDepthNews – 13 de novembro de 2019].

Foto: Omid, criança de dez meses desnutrida que sofre de pneumonia é tratada no Hospital Pediátrico de Mofleh, na província de Herat, a oeste do Afeganistão, em 29 de janeiro de 2019. © UNICEF / UN0280720 / Hashimi AFP-Services

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