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O futuro do ensino superior após a COVID-19

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Santo D. Banerjee

NOVA IORQUE (IDN) – A pandemia de COVID-19 forçou mais de 1,5 bilhões de estudantes em 165 países a não frequentarem as escolas, impondo à comunidade acadêmica global a necessidade de explorar novas maneiras de ensino e aprendizagem, como ensino on-line e à distância, de acordo com as estimativas da UNESCO.

Esta situação provou ser um desafio tanto para estudantes como para educadores, que têm de lidar com as dificuldades emocionais, físicas e econômicas suscitadas pela doença enquanto fazem a sua parte para ajudar a controlar a propagação do vírus, observa o Impacto Acadêmico das Nações Unidas (UNAI, na sigla em inglês).

A UNAI é uma iniciativa que alinha instituições de ensino superior com as Nações Unidas no apoio e contribuição à realização das metas e mandatos das Nações Unidas, incluindo a promoção e proteção dos direitos humanos, acesso à educação, sustentabilidade e resolução de conflitos.

“O futuro é incerto para todos, particularmente para os milhões de estudantes que estavam com as formaturas previstas para este ano e que enfrentarão um mundo economicamente mutilado pela pandemia,” alerta a UNAI.

Na série COVID-19 e educação superior, o Impacto Acadêmico das Nações Unidas conversou com estudantes, educadores e pesquisadores de diferentes partes do mundo para descobrir como a pandemia os afetou e como estão lidando com as mudanças.

Bowen Xu, um estudante de Tradução Chinês-Inglês no Instituto Superior de Interpretação e Tradução, Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, está no seu último ano de graduação, com a formatura prevista para o verão de 2020.

Ele mudou-se da China para Nova Iorque para um estágio na Sede das Nações Unidas em janeiro; algumas semanas depois, o surto de COVID-19 interrompeu a celebração do Festival de Primavera 2020 em todas as partes da China.

À medida que Bowen se aproximava do fim do seu estágio, a situação na China tinha melhorado, mas o seu voo de retorno foi cancelado e tornou-se extremamente difícil reservar um novo voo, pois Nova Iorque tornou-se rapidamente o epicentro da pandemia.

Ouça a entrevista com Bowen, na qual ele compartilha sua história sobre não poder voltar para casa e os diferentes modos que a COVID-19 afetou sua vida. Ele também fala sobre a sensação esmagadora de perda que todos os estudantes estão sentindo, impossibilitados de terem uma celebração tradicional da sua graduação ou de se despedirem dos seus amigos e professores, além do sentimento de incerteza sobre as suas aspirações profissionais já que estão se formando durante uma recessão econômica.

Apesar de todas as dificuldades, Bowen mantém-se positivo e aproveitou o tempo à disposição para aprender novas habilidades e fazer coisas que ele normalmente não tinha tempo suficiente para fazer.  

Outra pessoa com quem a UNAI conversou é Talitha Dias, uma advogada brasileira que atualmente está matriculada no programa de mestrado em Relações Contratuais Internacionais na Universidade Federal de Pernambuco, no nordeste do Brasil.

O programa de mestrado de Talitha estava programado para começar em março, mas as aulas foram adiadas devido à pandemia. Com as mudanças inesperadas em seu calendário 2020, Talitha precisou rapidamente criar um plano B: começou a dar aulas de inglês on-line, a fazer cursos on-line de desenvolvimento profissional e a aprofundar novas habilidades, como cozinhar. Esta nova rotina ajudou Talitha a ficar calma e positiva apesar de todas as incertezas sobre seu futuro.

Como em muitos países, a pandemia teve um impacto devastador no Brasil e Talitha compartilhou as suas preocupações sobre a capacidade do sistema de saúde pública do país para lidar com o número de casos de Coronavírus. Também tem sido difícil para muitas escolas e universidades brasileiras articularem-se para o ensino à distância e está demorando para se adaptarem ao novo panorama de aprendizagem virtual, ao mesmo tempo em que uma parte dos estudantes brasileiros tem dúvidas sobre a qualidade do ensino on-line.

Apesar dos desafios, Talitha acredita que este período difícil passará e nos ensinará algumas lições importantes como o valor do tempo passado com as pessoas queridas, além de empatia e solidariedade com os outros. Ouça à entrevista completa com Talitha aqui.

A UNAI também conversou com Hana Ibrahim, uma estudante de medicina na Universidade de Paris e que, durante a pandemia de COVID-19, tem sido voluntária na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Lariboisière em Paris.

Hana tem 21 anos e está na metade da sua formação prática, mas quando a pandemia começou muitos departamentos do hospital, incluindo o Departamento de Endocrinologia e Diabetes onde ela trabalha, foram fechados e tiveram seus recursos redirecionados para o tratamento de pacientes com COVID-19.

Vendo a luta que os departamentos de Terapia Intensiva e Doenças Infecciosas estavam enfrentando com o número impressionante de doentes que chegavam, Hana decidiu ser voluntária na UTI, apesar dos seus consideráveis compromissos acadêmicos.

Hana contou a UNAI a sua história de estudante de medicina e voluntária durante uma emergência de saúde global, incluindo os níveis extraordinários de pressão mental e física e as preocupações sobre muitos membros do público não perceberem a gravidade da situação. Como resultado desta experiência, Hana também pensou em mudar a sua especialidade médica.

Em uma entrevista, Madalitso Kamenya, um estudante do programa de mestrado em Economia Agrícola na Universidade de Pretória, África do Sul, disse que o confinamento causado pela COVID-19 criou grandes desafios.

Confinado em um quarto de estudantes na sua universidade, tem tentado manter uma rotina diária com exercícios físicos, conversas com a família e amigos do seu país de origem, Malawi, além de atividades acadêmicas. Para ele, estar sozinho e isolado é uma das partes mais difíceis desta pandemia, mas a tecnologia tem desempenhado um papel importante e ajudado a manter a conexão com as pessoas.

Madalitso continua otimista e acredita que o mundo será um lugar melhor depois da COVID-19, mas não acredita que esta seja a última pandemia que vamos enfrentar. Ele acha que esta situação oferece oportunidades para mudarmos a forma como fazemos as coisas, as universidades devem continuar a explorar novas formas de ensino para que tenhamos sistemas que funcionem caso haja outra pandemia. Ouça a entrevista completa com Madalitso Kamenya aqui.

Ouça a entrevista completa com Marina Romanova. Ela é uma estudante universitária de Relações Internacionais na Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, na Rússia. O surto de COVID-19 começou na metade do seu programa de intercâmbio na Suíça e ela foi obrigada a deixar o país e voltar para a Rússia devido à incerteza da situação.

Apesar do estresse criado pela pandemia, Marina sente-se grata por ela e seus pais estarem saudáveis, e por ter os instrumentos necessários para continuar seus estudos à distância. Os seus colegas na Rússia tiveram de passar por um período muito mais desafiador, pois a Universidade Estatal de Moscou não dispunha de plataformas de aprendizagem on-line antes do isolamento. No entanto, a situação está melhorando e novas plataformas estão sendo desenvolvidas para os estudantes.

A formatura de Marina está prevista para o próximo ano, mas a pandemia tornou o seu futuro incerto, uma vez que agora é mais difícil viajar para o exterior e fazer um estágio ou seguir para o mestrado. Marina conseguiu encontrar aspectos positivos da pandemia, dizendo que a quarentena ajudou nos seus hábitos de estudo e desenvolveu uma compreensão mais profunda da interconectividade do mundo e da importância de bons sistemas de saúde para os cidadãos. [IDN-InDepthNews – 10 de julho de 2020]

Crédito da imagem: Nações Unidas

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